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Editorial | A paz é fruto da Justiça

Por: LÊ NOTÍCIAS
25/06/2018 12:18

A paz é fruto da justiça, citado em Isaías 32:17, abre vários debates importantes. A segurança pública, hoje, principal tema das lideranças que pretendem disputar as eleições, é mais que apenas um debate, é convertida ações que devem apresentar saídas concretas e não paliativas para o assunto que, em tese, somente poderão dar solução definitiva em uma sociedade em que as pessoas, todas elas, tenham direitos e cidadania plena. O que seria isso?

Contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, é construir, efetivamente, Justiça Social que seja garantia de segurança para todos sem que ninguém seja, em seus sonhos e interesses familiares, violados pelo governo na via econômica ou política e que, assim, possa abrir um caminho de paz.
Uma das preocupações é o sistema prisional brasileiro. Muitos já têm a sua pena cumprida, outros necessitam de progressão de regime e, muitos deles, entram na cadeia ou na penitenciária por crimes que poderiam ser punidos com penas alternativas, como aqueles que roubam galinha ou um pão de forma e ficam trancados por mais de um ano. É preciso uma reforma profunda no sistema jurídico penal e, consequentemente, no sistema de Processo Penal vigente, ambos já obsoletos diante da multiforme ação de crimes que surgem dia a dia na sociedade atual e, mais ainda, da era eletrônica, das facilidades da troca de informações à distância.
O governo assiste passivo porque não tem o que oferecer. Os cidadãos são prisioneiros de suas casas ou condomínios minimamente protegidos por segurança privada em flagrante oposição aos grandes conglomerados da periferia que vive a violência, o tráfico, as milícias e a permanente ausência do Estado.
Para que o objetivo geral de Segurança seja atingido, é preciso desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, a fim de que possam se sensibilizar e se mobilizar, assumindo sua responsabilidade pessoal no que diz respeito ao problema da violência e à promoção da cultura da paz. Denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns. Fortalecer a ação educativa da construção da cultura da paz, a conscientização sobre a negação de direitos como causa da violência e o rompimento com as visões de guerra, as quais nascem da violência como solução para a violência. A predominância do modelo punitivo no sistema penal gera vingança inocente e, por sua violência permanente dentro das cadeias, o apenado sai pior.
Três pontos são urgentes no contexto de violência atual e isso deve ser debatido. Deles, distribuição de renda. O cinturão de miséria que cerca as cidades, em todos os lugares, mostra que é possível estender mais e mais violência quando, tirando a existência, acumulando riquezas em nome de uma minoria, tirando os sonhos das pessoas, o exército de violência, em todas as direções, vai aumentar e piorar.

O presidenciável Jair Bolsonaro, que tem medidas para combater a violência com violência, é patético. Ele não tem proposta para o Brasil, mas se assegura da falta de raciocínio de uma maioria presente que, sem saber os motivos da violência, porque ela é presente e aumenta, apoia as ideias patéticas de sua eleição. Não tem como vingar porque, a violência é fruto da Justiça. Se não há distribuição de renda, não há paz. A fome e a miséria sempre vão gerar descontentes. Se não é no enfrentamento político, é na bandidagem.


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